Após receber denúncia de possível comércio clandestino de mudas de citros em Capitão Poço, nordeste do Estado, equipes da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) foram deslocadas, na sexta-feira (10), ao município, para fiscalizar propriedades rurais. Duas fazendas foram vistoriadas, mas nenhuma irregularidade foi constatada. Para impedir o comércio clandestino, a fiscalização será mantida e intensificada, sobretudo em barreiras (fixas e móveis).
Segundo o fiscal da Adepará lotado em Capitão Poço, Engel Cichovski, que acompanhou a operação, apesar das denúncias, o plantio de citros nas duas propriedades rurais fiscalizadas estava dentro da legalidade. “Em uma não havia nada e na outra encontramos mudas de citros vindas de Sergipe, que entraram no Estado de forma legal e tinham toda a documentação exigida, conforme manda a legislação. Foram lavrados os termos de fiscalização e foram reforçadas as orientações sobre procedimentos e cuidados que devem ser adotados ao comprar e transportar sementes e mudas”, explicou.
Uma das propriedades fiscalizadas foi a do produtor Paulo Sérgio, que ficou satisfeito com a ação da Adepará. “É a fiscalização da agência que garante a manutenção da área livre de pragas, para que o produtor mantenha a qualidade do fruto, comprando sementes certificadas livre de pragas”, disse.
Para plantar, o produtor precisa adquirir sementes e mudas em estabelecimentos agropecuários que têm o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), emitido junto ao Ministério da Agricultura, que concede o certificado aos agentes do Sistema Nacional de Sementes e Mudas, habilitando-os para exercer as atividades de armazenador, beneficiador, comerciante e produtor de sementes e mudas, produtor de mudas ou reembalador. A muda ou semente comprada de estabelecimento não habilitado tem risco de contaminação de pragas.
Segundo o fiscal Walbert Gabriel, da Gerência de Sementes e Mudas da Adepará, que também esteve na operação no nordeste paraense, as ações de fiscalização são importantes para garantir a manutenção do status de área livre de pragas em Capitão Poço e região. “Visa, principalmente, impedir a entrada de mudas e sementes provenientes de outros Estados e que não estejam certificadas pelo Ministério da Agricultura, podendo apresentar riscos sanitários, como pragas para a área livre e, assim, causar prejuízos aos produtores. As mudas devem ser adquiridas por fornecedores registrados no Renasem. Isso é uma garantia de origem das sementes, que devem vir acompanhadas do termo de conformidade”, explicou.
Capitão Poço é um dos municípios que compõem o polo citrícola certificado hoje como área livre do cancro cítrico junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A manutenção da área livre é importante, já que ela garante mercados compradores nacionais e internacionais para o que é produzido na região. Participaram da ação os fiscais da Adepará Engel Cichovski, Walbert Gabriel (Gerência de Sementes e Mudas), Jorge Goes (Gerência de Trânsito Agropecuário) e o técnico agrícola Roosevelt de Souza (Capitão Poço).
Por Camila Moreira / Agência Pará
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