Juiz prepara ações de emergência em presídios

O juiz da 1ª Vara de Execuções Penais de Belém, Cláudio Rendeiro, prepara uma decisão de emergência para tentar minimizar os graves problemas que vêm ocorrendo nos presídios da Região Metropolitana de Belém. Entre a quinta-feira (26) e o domingo (29), foram registrados nove motins. 

A polícia investiga uma possível relação entre as rebeliões e a queima de sete ônibus na cidade. A ordem para os incêndios pode ter partido de dentro dos presídios em represália contra a situação dos presos. Cláudio Rendeiro adiantou ontem ao DIÁRIO que entre os itens da decisão está a determinação para que os presos não fiquem mais do que quatro meses no centro de triagem de Americano.

“Os presos que estão foragidos e forem recapturados devem ser levados para outras casas penais”, disse o juiz, que não descarta a possibilidade de os presos terem ajuda de agentes para conseguirem aparelhos celulares dentro dos presídios. “A Polícia está investigando. Pode ter havido negligência, ou seja, o celular ter entrado por erro na revista, mas infelizmente pode ter havido também conivência”.

O juiz também deve determinar a reforma da área de visitas e, em seguida, obras nas galerias. Ainda nesta semana deve ser iniciado um mutirão para analisar a situação de presos provisórios. A expectativa é de que o trabalho seja concluído em dez dias. A Justiça quer identificar quantos, quais e onde estão os chamados presos provisórios, que ainda não foram julgados. 

MEDO

Belém viveu no último fim de semana dias de pavor com motins estourando nos presídios da RMB e incêndios criminosos em ônibus urbanos. No complexo de Americano, três agentes penitenciários foram feitos reféns no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará I (CRPP I). Todos foram liberados sem ferimentos graves. O CRPP I abriga mil e cem internos e é a unidade penitenciária mais antiga do Pará. Os presos alegam que os motins são para agilizar os processos na Justiça e contra a situação de calamidade nas casas penais, mas a polícia investiga se há também rixa entre facções rivais.

(Diário do Pará)