Após eleições, pagamento de Cheque Moradia some


Após fazer uma denuncia ao DIÁRIO, publicada no dia 3 de junho deste ano, sobre o não pagamento da segunda parcela do Cheque Moradia, o principal programa social da atual gestão do Governo Estadual, a dona de casa Francilene Oliveira Maia, de 42 anos, voltou à sede da Companhia de Habitação (Cohab), localizada na passagem Gama Malcher, no bairro de Souza, em Belém. Desta vez, o convite partiu dos próprios funcionários, que segundo a denunciante, a destrataram no local por ter procurado a imprensa.
Francilene cria três netos. Ela deu entrada no benefício em 2013, mas não recebeu nenhum sinal do governo, apesar de sua precária situação. Moradora da Comunidade Céu Marinho, no bairro da Cabanagem, tinha apenas um terreno, com um casebre de madeira, de dois cômodos, sem a mínima estrutura física de habitação.
Em meio ao furor da concessão do Cheque Moradia, no período da campanha eleitoral para o governo do Estado, em 2014, ela acompanhou seus vizinhos que fizeram a inscrição convocados por cabos eleitorais do atual Governador do Pará, Simão Jatene, receberem a quantia, mesmo estando longe do real perfil social requisitado pelo programa.
Em dezembro de 2014, ela denunciou o caso ao DIÁRIO. Após a publicação teve como resposta o contato imediato da Cohab para receber o benefício. Com a primeira parcela do cheque-moradia nas mãos, ela foi orientada pelo engenheiro responsável pelo projeto a derrubar sua casa e construir outra no local. A exigência seria que, com 15 mil reais, ela fizesse a construção de um imóvel com uma sala, dois quartos e uma cozinha. Percebendo não ter nenhuma condição de procurar outro lugar para morar, enquanto sua nova casa fosse erguida, ela decidiu fazer a construção na parte da frente do terreno que estava ocioso.

HUMILHAÇÃO
“Eu lutei para conseguir. Eu não ia com os meus netos para debaixo de uma ponte para derrubar a casa. Fiz aqui (na frente), tinha espaço sobrando”, relatou. Ao terminar a primeira parte, a dona de casa retornou à Cohab com sua vizinha, mas voltou para casa sem receber a quantia de R$ 7.500 para fazer a segunda etapa da obra. “O engenheiro disse que eu não fiz como ele mandou e, por isso, não iriam deixar me pagarem o resto. Hoje estou com a parte de trás alagando. Meu banheiro enche e nem a frente consegui terminar”, lamentou.
Ao relatar novamente o caso à imprensa, a dona de casa foi chamada ao órgão, porém, foi informada que depois da denúncia, ela não iria receber o que falta. “A assistente social me tratou mal. Saí chorando. Ela disse que eu não tinha que ter levado nada para o DIÁRIO. A mulher falou que agora mesmo eu não ia receber o segundo cheque. Não sei o que faço”. 
Em nota, a Cohab informou que a beneficiada esteve na sede da Companhia de Habitação no início de junho, quando informou para a Assessoria de Comunicação da Cohab não ter comparecido à reunião de orientação, onde engenheiros e arquitetos repassam as orientações . Por não conseguir atingir as metas previstas, a mesma não está apta a receber a segunda etapa do benefício. “Mesmo assim, Francilene Maia foi atendida pelo setor social da companhia que lhe deu mais um novo prazo para fazer as alterações necessárias e concluir a construção, e assim se habilitar a receber a segunda etapa do benefício”, completou.

(Diário do Pará)

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