Fotógrafo é impedido de registrar agressão


Em serviço, o repórter fotográfico Fernando Araújo, do jornal DIÁRIO DO PARÁ, foi impedido de realizar seu trabalho ao flagrar sete policiais militares agredindo um rapaz, possivelmente adolescente, que teria cometido um assalto. O caso aconteceu na manhã desta quarta-feira (08), na praia do Amor, distrito de Outeiro, em Belém.

Fernando estava no local para fazer registros fotográficos da praia do Amor e dos banhistas, quando ouviu gritos.

“Eu estava em uma área alta, que dava para ver tudo, quando escutei gritos e vi sete policiais espancando, com chutes e socos, uma pessoa. Estava fazendo o registro da agressão, quando fui surpreendido por outros policiais militares me impedindo de continuar fotografando”, relembra. 

O repórter fotográfico diz ainda que os policiais militares queriam sua câmera fotográfica. “Disseram que não podia fotografar aquilo porque iria ‘queimá-los e que o cara que estava apanhando era um bandido. Aí eu disse que não iria apagar as fotos. Foi quando me levaram para a delegacia”.

“Chegando lá (na Delegacia do Outeiro) continuei dizendo que não iria apagar e eles falavam que eu tinha, sim, que apagar as imagens. Então resolvi apagar algumas. Foi quando pegaram o cartão de memória da máquina e levaram não sei para onde. Depois de uma hora, voltaram e me devolveram com tudo apagado. Aliás, o delegado viu eles pegando o cartão e não fez nada”, detalha.

Após tudo isso, o repórter fotográfico foi liberado. “Eu nunca vou esquecer o que passei. Mesmo que o cara estivesse roubando não era necessário ser daquela maneira. Ele já estava caído no chão e eles (os policiais militares) continuavam batendo. Depois jogaram na viatura como se fosse um boneco. Também não vou esquecer tudo que passei. Não sou ladrão para ser levado para Delegacia dentro de uma viatura”, lamentou Fernando. 

O DOL entrou em contato com a Polícia Militar, que se limitou a responder, em nota, que "o caso citado já está sendo apurado no âmbito da Corregedoria da PMPA, que adotará as medidas necessárias que o caso requer".

OUTRO CASO

Na segunda-feira (06), o repórter fotográfico Bruno Carachesti, também do jornal DIÁRIO DO PARÁ, sofreu ameaças enquanto fotografava a fachada do Posto de Saúde da Pedreira, localizado na avenida Pedro Mirando, esquina com a travessa Mauriti, em Belém. As ameaças partiram do segurança do local.

(DOL)

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