Dados do Cadastro Nacional de Adoção, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontam que no Pará, atualmente, existem 68 pessoas, entre 01 e 17 anos, que estão cadastradas para adoção e pelo menos 185 pessoas estão cadastradas como pretendentes para adoção. Entretanto, o número de crianças e adolescentes que esperam por um lar chega a 838, considerando o total dos que aguardam em abrigos a conclusão do processo para o cadastro de adoção.
No Brasil, o número de crianças e adolescentes cadastrados chega a 5.705. A maioria já está na faixa etária dos 17 anos. Ainda segundo o CNJ, em todo o país há 33.581 pessoas candidatas a fazer uma adoção. Contudo, os dados apontam que 20,04% dos pretendentes só aceitam crianças de até três anos de idade.
Além disso, o percentual de pretendentes que querem adotar somente uma criança é de 79% e os que desejam adotar crianças do sexo feminino somam 30,80% do total de pretendentes. Já os que desejam adotar crianças do sexo masculino somam 9,62%.
CURSO
Apesar de os dados mostrarem que algumas características determinam a escolha da criança/adolescente, para o coordenador estadual da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), desembargador José Maria Teixeira do Rosário, quando alguém está decidido a fazer uma adoção, não há preferências quanto à raça, sexo ou idade.
“Se a família ou a pessoa está realmente interessada em adotar, o objetivo dela é a criança e não tem essas interferências. É obrigatório que a pessoa passe pelo curso de preparação para adoção. Aqui, o Lar de Maria faz esse trabalho e a própria Cejai também oferece o curso (Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional do TJPA)”.
Entretanto, ele admite que, por exemplo, há uma dificuldade para que um adolescente seja adotado tanto no Pará quanto no Brasil. “É muito difícil um adolescente ser adotado. Uma série de fatores levam a isso: a família quer uma criança para educar e impor as regras e os adolescentes já têm a sua personalidade, o que poderia gerar conflitos. Por isso, o curso serve para conscientizar, tem orientação psicológica e pedagógica. A maioria das crianças e adolescentes que estão pelos abrigos ainda aguardam pelo desfecho do processo de destituição familiar que tramita na Vara da Infância e Juventude”, informa o coordenador.
O desembargador explica que o processo destitui o poder familiar dos pais quando são responsabilizados por abandono ou por outros fatores como maus-tratos e violência sexual. “Outros familiares como tios e avós, às vezes, não podem ficar com a criança e com a destituição ela não pode mais retornar para os pais biológicos. Os portadores de necessidades especiais esperam mais ainda para serem adotados”, frisa.
CONSCIENTIZAÇÃO DURANTE CAMINHADA
No próximo domingo, véspera do Dia Nacional da Adoção, será realizada a segunda “caminhada pelo direito de ser filho”, a partir das 9h, com concentração na Praça Pedro Teixeira, ao lado da Estação das Docas. A Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Cejai), do TJPA, é responsável pelo evento que tem por objetivo alertar a sociedade em geral para a importância da adoção.
A caminhada seguirá pela avenida Presidente Vargas em direção à Praça Batista Campos. Os participantes usarão roupas de cor verde como forma de apoio à campanha. A segurança do percurso será feita com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Pará. Agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém ficarão encarregados de orientar o trânsito.
(Diário do Pará)
comment 0 comentários:
more_vertsentiment_satisfied Emoticon