A delegada de Polícia Civil Priscila Morgado instaurou um procedimento para apurar um ato infracional supostamente cometido por uma adolescente de 15 anos por crime de infanticídio, neste caso a morte do próprio filho recém-nascido. De acordo com a polícia, a jovem contou com a ajuda de outra adolescente para fazer o parto e depois enterrar a criança viva em um matagal em Abaetetuba, no nordeste do Pará
O caso aconteceu no último dia 29 de março. O bebê foi encontrado por um morador em um matagal no ramal do Caeté, a 28 quilômetros da sede de Abaetetuba, em um local que fica a 300 metros da casa da adolescente. O menino estava dentro de um buraco, coberto de insetos entre formigas, besouros e larvas. O homem levou o bebê para atendimento em um hospital da cidade, mas ele não resistiu e morreu no dia seguinte.
Após tomar conhecimento do abandono, a equipe policial começou a procurar por uma grávida recente na região. Durante as investigações, os policiais chegaram até a casa da adolescente, na última sexta-feira (3). Ela, junto com a mãe e a amiga, foram conduzidas para Abaetetuba para prestar esclarecimentos.
A adolescente chegou a negar o fato, mas, após passar por exames clínicos feitos por um médico obstetra e ainda exames que constataram a gravidez, ela assumiu o crime. A própria adolescente revelou para a mãe que havia feito o parto e depois havia decidido abandonar o recém-nascido no matagal. "O que me deixou horrorizada é que nenhuma delas voltou ao local para resgatar a criança", conta a delegada.
Em depoimento, a jovem relatou que no momento do parto estava sozinha em casa com a outra adolescente, que também tem 15 anos e é irmã de criação da mãe do bebê, que a ajudou no momento do parto. Depois de abandonar o filho, as duas voltaram para a casa, como se nada tivesse acontecido.
Segundo a policial, a gravidez foi resultado de um namoro da adolescente que não deu certo. "O namorado não assumiu a criança e decidiu ir embora da cidade", disse. Após ser medicada, a adolescente foi levada ao mesmo hospital, onde o bebê permaneceu internado até morrer. "Em momento algum ela pediu para ver o filho, nem a avó", afirmou a delegada.
Depois de ouvir os depoimentos, a delegada instaurou um procedimento para apurar o ato infracional. Com relação a irmã da adolescente, que teria participado do crime, foi instaurado um auto de apuração por crime de homicídio. Já a avó do bebê vai responder pela omissão em não tomar uma atitude para salvar a vida do recém-nascido. Ao final dos procedimentos, a adolescente foi liberada e entregue à mãe mediante compromisso firmado com a Polícia Civil.
G1 Pará
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